Região se reúne para discutir a destinação do lixo

A última sexta-feira foi de grandes discussões para os prefeitos que fazem parte da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) e convidados de outras associações do entorno da serra. Os assuntos em questão foram a destinação do lixo nos municípios e a possibilidade de que o consórcio existente abrace a causa da construção de uma usina termoelétrica. O prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho, que levantou a questão, colocou o município à disposição para sediar o empreendimento.
O encontro contou com a presença de cerca de 50 pessoas, entre prefeitos, representantes de municípios associados e presidentes de entidades como
o da Associação dos Municípios dos Campos de Cima da Serra (Amucser) e prefeito de Pinhal da Serra, Ivandro Birck; o da Associação dos Municípios do Planalto (Ampla) e prefeito de Vanini, Alceu Castelli; o da Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí (Amvarc) e prefeito de Pareci Novo, Rafael Riffel; e o da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) e prefeito de Progresso, Edegar Cerbaro.
A reunião iniciou com o pronunciamento do presidente da Amesne e prefeito de Santa Tereza, Diogo Segabinazzi Siqueira, que destacou a importância do assunto e a agradeceu a adesão dos administradores municipais que aceitaram o convite. “Essa usina é a solução. Hoje fazemos o que é permitido, mas não o que é o correto. Não estamos visualizando o futuro desta forma. O jeito é todos aderirmos, pois quanto mais municípios, mais energia será gerada e, certamente, menores serão nossos custos”, frisou.
Na sequência o prefeito de Nova Araçá, Aícaro Ferrari, deu as boas-vindas a todos e também demonstrou bastante interesse na questão da transformação do lixo em energia, enfatizando os altos custos que as administrações municipais têm hoje com coleta, transporte, aterramento, entre outros.
O evento seguiu com a palestra do prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho, que esteve na Coréia do Sul em julho, a convite da Samsung, conhecendo o trabalho de usinas termoelétricas. O funcionamento de uma usina coreana foi mostrado em vídeo.
Barbosa Velho quis dividir não só a experiência, mas principalmente a angústia de não ter condições de bancar o estudo técnico e a instalação de uma usina, o que considera um grande negócio já no presente e de grande futuro. “A ideia, que fique bem claro, é dividir a vontade de querer fazer uma coisa boa e não ter condições de fazer sozinho. Juntos vamos achar uma solução. O certo é que Caxias do Sul não pode bancar. E isso não é a solução só para o lixo orgânico. É a solução para o lixo industrial, hospitalar, pneus. É a solução para todo tipo de lixo, sem sacrificar o recilclável”, disse.
Usando o exemplo da Coréia, que já conta com 100 unidades, sendo 16 da Samsung, o prefeito Caxiense enfatizou que as usinas estão localizadas dentro das cidades, como se fossem um mercado, uma empresa de ‘qualquer coisa’. “Não existe mau cheiro, sujeira. Só para termos uma ideia, estas usinas construíram em seus entornos verdadeiras áreas de lazer, esporte, creches, escolas, que podem ser utilizadas pela comunidade mediante o pagamento de uma taxa simbólica no que seria o nosso IPTU”.
Os prefeitos participantes demonstraram interesse em abraçar a causa e deram sugestões de como o estudo de viabilidade poderá ser efetuado, utilizando, inclusive, universidades como a UCS, a UFRGS e a Univates.
A Amesne irá realizar um levantamento de quantidade de lixo coletada diariamente, custos para transporte e aterramento, quem faz o trabalho de coleta em cada município e para onde são levados os resíduos para, após o recebimento dos dados, Caxias do Sul poder dar andamento ao processo. “Todos entenderam e nos deram carta branca. Após a realização deste levantamento, poderemos avançar”, finalizou Barbosa Velho.
A próxima reunião da Amesne será realizada em Bento Gonçalves, em data a ser definida. 

Postado dia 26/08/2013